sábado, 27 de fevereiro de 2010

Sentir e Saber

Assim pensou o brâmane: "Pois lhe parecia que o verdadeiro pensar consistia no reconhecimento das causas e que, desse modo, o sentir se convertia em saber, o qual, ao invés de dissipar-se criaria forma concreta e irradiaria o seu teor."

Às vezes nós perdemos muito tempo tentando entender nossos sentimentos, quando deveríamos apenas sentir. Sentir até que as emoções se transformassem em saber e com este saber poderíamos de verdade viver melhor, sendo fiéis às nossas emoções e sentimentos e não racionalizando o tempo todo aquilo nem ao menos sabemos o que é.

Permitamo-nos mergulhar em nossas emoções.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Novo Ano

O ano de 2009 chega seu final. A esperança é o Novo Ano de 2010. Todos esperam melhorias em suas vidas, aguardam a realização de sonhos, mas será que é isso que devemos esperar ? Ou é como diz Quino na voz de sua famosa Mafalda:"Aposto que o ano que está começando espera que as pessoas é que sejam melhores". Vamos tentar inverter nossas expectativas nesta mudança de calendário. Quando um fica magrinho com dias que se foram e outro, mais gordinho, promete novos dias ainda não usados. Vamos buscar ser melhores, mais tolerantes, perdoar mais, ouvir mais e quem sabe possamos atender as expectativas daqueles próximos a nós que só desejam nosso melhor. Por isso que o Novo Ano seja a continuidade da busca pela elevação. Que 2010 traga alegria e felicidade.

sábado, 19 de setembro de 2009

Vasudeva

Vasudeva, balseiro e mestre da sabedoria das águas do rio ensinou a Sidarta a ouvir. Ouvir atentamente aos sons da vida. Aos sons que as águas fazem ao passarem por debaixo das raizes das árvores, ao som da água da chuva que cai, ao som do vento na copa das árvores e em especial ao som e às vozes do coração. Este único e verdadeiro mestre e guia de todos os que vivem. Quando Sidarta finalmente escutou com tranquilidade e atenção, percebeu que lutar contra o Destino era apenas ampliar o sofrimento, e desta feita, Sidarta cessou de sofrer. No seu rosto florescia a serenidade do saber, à qual já não se opunha nenhuma vontade. Serenidade que torna as penas e as ditas de todos entregue à corrente, pertencente à unidade, à divindade. Quando Vasudeva se levantou e olhou nos olhos de Sidarta e percebeu nele a serenidade disse:
"Esperei, meu caro, que esta hora viesse um dia." (Extraido em parte e em essência do Livro Sidarta de Herman Hesse)
Espero que um dia eu também encontre meu Vasudeva, que me ensine a escutar, enquanto isso sigo na minha luta contra o destino e na vã tentativa de mudar as coisas que julgo erradas. mas lembro de outro sábio que dizia:
"Senhor dai-me coragem para mudar o que posso, Paciência para aceitar o que não posso mudar, e Sabedoria para distinguir um do outro"
Pois eu peço senhor paciência, pois se me deres força eu arrebento tudo!!!!

sábado, 8 de agosto de 2009

Dialogo entre Filho e Pai

O menino(homem) fala para seu Pai


Tenho saudade do cheiro de sua loção após barba

Tenho saudade da sua mão forte

Tenho saudade de sua voz de trovão, quando me repreendia

Tenho saudade de correr em seu colo

Tenho saudade de pedir sorvete, bala, bola, dinheiro

Tenho saudade de não ter que resolver problemas de gente grande

Tenho saudade de ter todo o tempo do mundo e o tempo passar devagar

Tenho saudade de esperar você chegar do trabalho

Tenho saudade de ser mandado para cama

Tenho saudade de dirigir seu carro nos finais de semana

Tenho saudade de ser criança


O Pai fala para o filho


Tenho saudade de seu cheiro de bebê

Tenho saudade de sua mão pequena

Tenho saudade de suas fraldas

Tenho saudade de chamar sua atenção

Tenho saudade de seus pés correndo em minha direção

Tenho saudade de erguer você acima de minha cabeça

Tenho saudade de ouvir sua risada

Tenho saudade de te dizer não

Tenho saudade de esperar o telefone tocar para te buscar em alguma festa

Tenho saudade de chegar em casa e você me esperando

Tenho saudade de brincar com você

Tenho saudade de te emprestar o carro

Tenho saudade de te pagar sorvete, bala, bola

Tenho saudade de te pôr na cama

Tenho saudade de uma criança


O menino(homem) fala para seu Pai


O tempo passou

A vida nos transformou

Eu cresci

De casa sai

Mas meu coração ainda é daquele menino toda vez que te vejo

Ainda quero colo


O Pai fala para o filho


O tempo de fato passa

A vida sempre transforma

Todos crescem

Todos envelhecem

Mas meus olhos ainda vêem o menino

Meu colo continua aqui.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Violinista no telhado

O Violinista no telhado, parece loucura, mas na vida cada um de nós é um violinista no telhado, tentando arrancar uma melodia agradável sem quebrar o pescoço. E porque nós fazemos isso ? Eu não sei! mas viver é algo assim, incompreensível e belo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sansara

O mundo é uma ilusão, nossos sonhos são ilusões, nossos desejos: ilusões; nossas batalhas: desnecessárias; nosso trabalho: em vão.
Nada do que fazemos é valorizado pelos outros, somos sempre menores que nossos pares, estamos sempre na desvantagem, não temos certeza de suas opiniões a nosso respeito, nada sabemos do que se passa em suas mentes.
Quando acordamos, saímos de um sonho e começamos outro: O sonho de que estamos construindo alguma coisa, o sonho de que seremos melhores.
Mas porque sermos melhores ? porque sermos corretos? se são os iníquos aqueles que conseguem os louros ? se são os ímpios que possam de santos? se são os corruptos que acusam os honestos ? se são os que nada fazem que recebem os agradecimentos pelo trabalho bem feito ?
E porque nós ainda fazemos ?
Pela simples ilusão de que algum dia seremos reconhecidos.
Pela ilusão de que somos diferentes.
Pela ilusão de que tudo é ilusão.
Portanto, entendamos a Sansara e nos deixemos conduzir pelo seu canto.
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sábado, 4 de julho de 2009

o bom combate

Ninguém sabe
se se passaram dias ou anos
desde que nos campos tombou
a primeira gota de sangue da guerra
que desde então goteja
dia a dia
(Maiakóvski)
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E cada dia é um combate difícil que deve ser travado com fé, dedicação e esperança que o sangue pare de correr e as feridas sejam fechadas.