domingo, 26 de abril de 2009

Mudança

Mudar é sempre um processo... A vida cabe em caixas e termina em uma caixa, grande ou pequena. dentro das caixas mistérios e surpresas. Uma delas foi este texto escrito a muito, muito, muito tempo atrás:

"Gabriel pensa que é grande, e já fala em carro, computador e videogame. Seu mais novo brinquedo, um tanto frágil, que exige muitos cuidados, é Daniel, irmão recém nascido. Gabriel passou nove meses conversando e esperando pelo seu neném e agora, que já viu o que é um neném, parece tomado por um misto de amor e ódio.
Cabelos loiros, olhar vivo e esperto, com perguntas lógicas e um raciocínio de confundir qualquer um, Gabriel, na plenitude de seus três anos e dez meses é só vibração quando fala do irmão:"Dá ele para mim" diz colocando os braços em posição para receber o pequeno no colo.
"Hoje eu dei banho no Daniel, junto com a mamãe", diz na entrada para quem chega, todo orgulhoso de estar sendo útil.
Mas não é só o irmão que ocupa o tempo de Gabriel, ainda dá para assistir e depois brincar de Power Rangers, ele é o de cor verde, o pai é o monstro da Rita, outras vezes ele prefere jogar bola ou brincar com os cachorros.
Quando decide ficar sério e pensar no futuro ele consegue ser bem objetivo: "Eu vou crescer, trabalhar em São Paulo, depois em São José e vou casar com a Laura e ter um filho chamado Gabriel, que é um nome muito bonito".
Laura é uma prima que mora próxima a casa da avó, com quem costuma brincar. Gabriel já cansa os pais com suas brincadeiras e energia inesgotáveis e promete ser um grande companheiro para seu irmão, que já recebe muitas manifestações de carinho, como beijos e abraços, além de outros cuidados."
O tempo passa, mas estas lindas lembranças ficam guardadas numa caixa que entre uma mudança e outra. e Gabriel hoje é muito mais velho e mais alto, mas o menino transformado em rapaz ainda é a promessa feliz de um grande homem.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Viajar é Preciso

Os seres humanos nasceram nômades, a civilização só foi possível graças ao sedentarismo, fruto de algum espírito cansado de tanto andar e de procurar comida pelos campos. Este "preguiçoso" ainda fez questão de inventar a agricultura e a criação de animais.
Mas o gene do nômade continuava presente e fez surgir a figura do viajante, aquele sujeito que vai de lá para cá, mas que tem um lugar para voltar.
Viajar nos leva a olhar novas paisagens, ou mesmo a rever paisagens conhecidas que se modificaram ao mesmo tempo que nós nos modificamos. Cada viagem tem em si uma aventura, seja ela do corpo, como cansaço, fome, frio e calor ou seja do espírito como lembranças, encontros e re-encontros.
Rever rostos que deveriam ser familiares modificados, uma nova ruga, um cabelo diferente, um sorriso cansado ou até um largo sorriso de re-encontro.
Ver como as flores mudaram de cor, como as árvores trocaram seu verde ou mesmo ver um menino se transformando em rapaz, e um rapaz amadurecendo com a promessa de um grande homem.
Para todas as coisas que se transformam, inclusive nós mesmos não há nada melhor que viajar.