sábado, 8 de agosto de 2009

Dialogo entre Filho e Pai

O menino(homem) fala para seu Pai


Tenho saudade do cheiro de sua loção após barba

Tenho saudade da sua mão forte

Tenho saudade de sua voz de trovão, quando me repreendia

Tenho saudade de correr em seu colo

Tenho saudade de pedir sorvete, bala, bola, dinheiro

Tenho saudade de não ter que resolver problemas de gente grande

Tenho saudade de ter todo o tempo do mundo e o tempo passar devagar

Tenho saudade de esperar você chegar do trabalho

Tenho saudade de ser mandado para cama

Tenho saudade de dirigir seu carro nos finais de semana

Tenho saudade de ser criança


O Pai fala para o filho


Tenho saudade de seu cheiro de bebê

Tenho saudade de sua mão pequena

Tenho saudade de suas fraldas

Tenho saudade de chamar sua atenção

Tenho saudade de seus pés correndo em minha direção

Tenho saudade de erguer você acima de minha cabeça

Tenho saudade de ouvir sua risada

Tenho saudade de te dizer não

Tenho saudade de esperar o telefone tocar para te buscar em alguma festa

Tenho saudade de chegar em casa e você me esperando

Tenho saudade de brincar com você

Tenho saudade de te emprestar o carro

Tenho saudade de te pagar sorvete, bala, bola

Tenho saudade de te pôr na cama

Tenho saudade de uma criança


O menino(homem) fala para seu Pai


O tempo passou

A vida nos transformou

Eu cresci

De casa sai

Mas meu coração ainda é daquele menino toda vez que te vejo

Ainda quero colo


O Pai fala para o filho


O tempo de fato passa

A vida sempre transforma

Todos crescem

Todos envelhecem

Mas meus olhos ainda vêem o menino

Meu colo continua aqui.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

O Violinista no telhado

O Violinista no telhado, parece loucura, mas na vida cada um de nós é um violinista no telhado, tentando arrancar uma melodia agradável sem quebrar o pescoço. E porque nós fazemos isso ? Eu não sei! mas viver é algo assim, incompreensível e belo.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sansara

O mundo é uma ilusão, nossos sonhos são ilusões, nossos desejos: ilusões; nossas batalhas: desnecessárias; nosso trabalho: em vão.
Nada do que fazemos é valorizado pelos outros, somos sempre menores que nossos pares, estamos sempre na desvantagem, não temos certeza de suas opiniões a nosso respeito, nada sabemos do que se passa em suas mentes.
Quando acordamos, saímos de um sonho e começamos outro: O sonho de que estamos construindo alguma coisa, o sonho de que seremos melhores.
Mas porque sermos melhores ? porque sermos corretos? se são os iníquos aqueles que conseguem os louros ? se são os ímpios que possam de santos? se são os corruptos que acusam os honestos ? se são os que nada fazem que recebem os agradecimentos pelo trabalho bem feito ?
E porque nós ainda fazemos ?
Pela simples ilusão de que algum dia seremos reconhecidos.
Pela ilusão de que somos diferentes.
Pela ilusão de que tudo é ilusão.
Portanto, entendamos a Sansara e nos deixemos conduzir pelo seu canto.
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